terça-feira, 30 de novembro de 2010

Para Lula tá certo comprar o Aerodilma...

Para Lula tudo pode,a compra de novo avião.
Está certo, mas saude precisa da CPMF p/ melhora... ESTÁ TUDO CERTO,COMPRA AVIÃO NOVO TÁ CERTO!!!!

Lula defende compra de novo avião presidencial

Segundo o presidente, a aeronave atual, um Airbus-319, não tem autonomia de voo suficiente para longos percursos


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira, 30, a compra de um novo avião para as viagens de sua sucessora Dilma Rousseff. Em entrevista realizada durante visita ao Maranhão, ele argumentou que a aeronave atual, um Airbus-319, não tem autonomia de voo suficiente para longos percursos. "Não tem porque não comprar", disse.


No canteiro das obras da usina hidrelétrica de Estreito, na divisa do Maranhão com Tocantins, ele aproveitou para ironizar as críticas à decisão tomada no início de seu governo de adquirir o Airbus-319. Esse avião, batizado pelo Planalto de Santos Dumont e pela imprensa de "Aerolula", poderá, no próximo governo, ser substituído por uma aeronave mais eficiente. "Acabou aquela bobagem do 'Aerolula'", disse. "Agora, estou chateado porque vou deixar a Presidência e não levar o avião comigo."

Ainda em tom de ironia, ele propôs uma campanha da imprensa para ficar com o "Aerolula" após deixar o governo. "Poderia fazer uma campanha e levar o avião comigo", disse. Ele avaliou que a autonomia de 12 horas de voo do Airbus-319 não atende à demanda das viagens mais longas da Presidência.

Daí a necessidade de uma nova aeronave, já batizada de "Aerodilma" antes mesmo de o governo bater o martelo. "O Brasil precisa de um avião com maior autonomia para o presidente da República viajar", afirmou Lula. "É uma vergonha ter um avião de apenas 12 horas de autonomia."

Lula reclamou inclusive do "Sucatão", como foi batizado o Boeing-707, antecessor do "Aerolula", que hoje transporta funcionários do governo nas viagens presidenciais. Em uma viagem ao continente africano em 2007, o "Sucatão" sofreu pane em uma de suas turbinas, tendo de fazer um pouso de emergência.

"O Brasil não pode ser um país grande do jeito que é e ter um comportamento humilhante lá fora, onde o 'Sucatão' nem pode parar", disse. "O 'Sucatão' está para lá de Bagdá", brincou. "As pessoas vão para o exterior trabalhar", completou o presidente.
Acesse o link:
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,lula-defende-compra-de-novo-aviao-presidencial,647521,0.htm
Fonte: http://www.estadao.com.br/

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vem agora o Aerodilma... #CPMFNAO

           O governo costuma dizer que não tem dinheiro, realmente dinheiro para investir na saúde, na segurança ele não tem, mas para comprar um brinquedo novo para Dilma passear pode. O governo gosta de fazer tais aquisições na surdina, mas colocar a culpa no povo em relação a saúde, anuncia em alta voz, publica nos jornais, nas mídias, tenta até renascer defunto como o caso da CPMF.
          É muita falta de vergonha, o País precisa tanto de recursos para as áreas de saúde, segurança, educação e ele não investe tanto por alegar falta de recursos, mas da onde vai sair este dinheiro  para compra do Aerodilma? Do bolso do contribuinte, não só a aeronave como toda a despesa de combustivel, manutenção.
          Se ainda fosse para adquirir aviãos de reabastecimento para FAB, não diria nada, pois sabemos que é uma necessidade, há anos que ela precisa de aviões para a defesa do nosso território, mas isto não é importante para o governo, deveria ser já que em campanha sua candidata falou tanto em proteger nossas matas.
         O pior é que a felizarda em usar este brinquedo ainda não foi informada de tal aquisição, vai assumir o reinado já com esta pequena conta á pagar. Agora sim, vai começar os grandes discursos a favor da CPMF, propagandas maciças da falência do setor de saúde, levando a uma boa parte da população a acreditar que a volta da contribuição vai resolver o problema. Não vai, já tivemos essa experiência e nada mudou, desculpe , mudou sim,  nosso bolso é que ficou mas vazio e do que foi arrecado foi distribuido uma porcentagem muito pequena para a saude, o restante para outras áreas. Quem sabe não será ela a pagar este aviãozinho?

Sem alarde para evitar a repetição da polêmica que envolveu a compra do Aerolula, o governo negocia a aquisição de um avião maior e mais caro que poderá servir à presidente eleita, Dilma Rousseff, e a seus sucessores, informa reportagem de Igor Gielow, publicada na edição desta segunda-feira da Folha. Aerodilma, caso seja adquirido mesmo com o cenário de contenção de gastos do governo, deverá ser um aparelho europeu da Airbus --um modelo de reabastecimento aéreo A330-MRTT, equipado com área VIP presidencial e assentos normais.
O avião custa até cinco vezes os US$ 56,7 milhões (R$ 98 milhões na sexta-feira) pagos em 2005 pelo Aerolula, um Airbus-A319 em versão executiva.
Justificar tal despesa seria complicado, como foi em 2005, e seria fonte certa de desgaste para Dilma, que até onde se sabe não foi informada sobre a ideia. Assim, juntou-se a fome com a vontade de comer, e a nova compra está sendo camuflada por uma necessidade real.
A FAB (Força Aérea Brasileira) precisa substituir seus dois aviões grandes de reabastecimento. São os antigos Sucatões presidenciais, versões com quase 50 anos de uso do vetusto Boeing-707. Por falta de condições, foram excluídos do último grande exercício aéreo da Força Aérea Brasileira. No fim da década, os militares estimam ter 150 caças, e reabastecimento é vital dadas as distâncias do país.
Como no caso dos Sucatões, o novo avião poderia cumprir a tarefa de reabastecimento e ser o aparelho de transporte intercontinental dos presidentes. Para viagens internas, o governo já usa dois Embraer-190

Acesse e link: http://www1.folha.uol.com.br/poder/837694-governo-negocia-compra-de-novo-aviao-presidencial.shtml
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/

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Agora é que são eles - DORA KRAMER

 O Estado de S.Paulo

Fechada a equipe econômica, acertados os nomes dos chamados ministros da casa - com assento no Palácio do Planalto, junto à presidente - ainda neste fim de semana Dilma Rousseff começa a tratar com os partidos aliados da distribuição dos espaços na Esplanada dos Ministérios.

Pela expectativa do PMDB, o partido do vice-presidente Michel Temer será o primeiro. Os peemedebistas têm duas preocupações: assegurar posições "qualificadas" e encaminhar as negociações sem pressões ruidosas, a fim de se diferenciar das demais legendas e evitar comportamentos explicitamente fisiológicos.
E por que isso? Porque considera que, uma vez eleito na mesma chapa com Dilma, subiu de grau na hierarquia: não pode ser visto como adesista; deve se conduzir e ser tratado como legítimo partícipe digno de postos de elite.
O PT ocupa mais ministérios e faz parte do núcleo de poder? O PMDB diz que é justo, mas aponta que por isso mesmo os petistas não podem querer açambarcar o comando do Legislativo. A direção do partido assegura que até agora a presidente não enviou nada além de "sinais de prospecção". Não disse claramente o que pretende para o parceiro de chapa.
Já o PMDB acredita ter deixado bem entendido o que almeja: garantir a atual parte que lhe cabe no latifúndio de 37 ministérios. Mas só os efetivamente ocupados pelo partido. Contando com o Banco Central, hoje são sete as pastas dirigidas por filiados ao partido.
Mas a direção não considera que José Gomes Temporão, da Saúde, e Henrique Meirelles, do BC, sejam indicações partidárias. Nesses dois casos o PMDB diz que foi usado como "barriga de aluguel". Situação que não vai aceitar.
Excluídas as "barrigas", sobrariam cinco ministérios: Defesa, Comunicação, Integração Nacional, Minas e Energia e Agricultura.
Não se espera que Dilma mantenha necessariamente as mesmas pastas, mas que assegure a quantidade, não escale o partido para pastas periféricas e aceite as indicações dos nomes feitas por intermédio de Michel Temer sem questionar.
Em contrapartida, o PMDB se compromete a obedecer aos três critérios já postos pela presidente: densidade de apoio político, experiência na área específica e imunidade pessoal a possíveis escândalos.
Temer é o único interlocutor/negociador autorizado e, ao contrário do que ocorreu nos dois mandatos de Lula, os indicados terão o respaldo unitário e não das alas a, b ou c do partido. Daí a expectativa de que sejam aceitos.
Só serão indicados "homens do partido" e na seguinte proporção: dois para a Câmara, dois para o Senado e um para livre provimento do vice e presidente do PMDB, Michel Temer.
E se a presidente não concordar com nada disso?
O PMDB acha que Dilma Rousseff é sagaz o bastante para compreender o que não precisa ser dito por escrito.
Fora de cena. A presidente eleita desistiu de acompanhar Lula à reunião da Unasul, não aceitou convite de Barack Obama para ir aos EUA antes da posse, não apareceu no anúncio da equipe econômica.
É só reparar: Dilma tem se comunicado com o País por nota oficial. Na crise que atinge o Rio de Janeiro, soube-se que ela telefonou para o governador Sérgio Cabral, mas a presidente não apareceu em momento algum.
Aliás, Dilma Rousseff não aparece desde que acompanhou o presidente Lula à reunião do G-20. Na ocasião, foi mais assediada pela imprensa do que ele.
Esse fato associado ao "sumiço" faz supor que Dilma tem feito um afastamento estratégico exatamente para não roubar a cena de Lula nesses últimos momentos de mandato.
Se o fez por iniciativa própria ou a pedidos, não está claro.
Na primeira hipótese, um gesto de cortesia; na segunda, ato de obediência.
Cacoete. Em tese, ações integradas entre os diferentes níveis de poder, federal, estadual e municipal, não deveriam estar subordinadas a afinidades político-eleitorais, e sim ao bem estar do público pagante (de impostos).

Acesse o link: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101128/not_imp646392,0.php
Fonte: http://www.estadao.com.br/

A culpa é do governo - João Ubaldo Ribeiro

'Ao ouvir falar em reformas, todos os políticos concordam, só que ninguém faz nada. Nem nós, acostumados a isso. Somos muito ordeiros'

O Estado de S.Paulo

A gente se acostuma a tudo. Os biólogos dizem que a repetição do estímulo inibe a resposta. Provocar continuadamente uma reação no organismo ou na mente acaba não surtindo mais efeito. Pode-se fazer uma analogia com a nossa desaparecida indignação, que, de tão cutucada, já não se manifesta e, em alguns de nós, parece ter-se convertido em resignação e cinismo amargo. É isso mesmo, os políticos são ladrões, os administradores são incompetentes, os serviços públicos são abomináveis, a educação é um desastre, a saúde é uma calamidade e a insegurança é geral - acabou-se, nada a fazer, o Brasil é assim mesmo.

É triste ver a amada cidade do Rio de Janeiro, orgulho de todos nós, transfigurada numa Bagdá à beira-mar, carros blindados conduzindo tropas de assalto e armamento pesado, soldados de fuzil em punho se esgueirando em ruelas, como víamos somente em filmes de guerra. Entre metralhadoras, granadas, carros e ônibus em chamas, repórteres usando coletes à prova de balas e gente espavorida, é como assistir à cobertura da Guerra do Golfo. Isto é, enquanto uma bala não estilhaçar o televisor, caso em que teremos também recebido, como tantos outros concidadãos, nosso batismo de fogo.
As causas para essa situação são conhecidas e vão desde desigualdades socioeconômicas a uma abordagem ultrapassada da questão das drogas ilegais. Ou seja, problemas que poderiam não mais existir ou ter sido muito minorados, se nossos governantes tivessem, desde sempre, formulado e posto em prática com seriedade políticas públicas integradas e subordinadas a um planejamento racional, de metas claramente definidas. Ou que, pelo menos, encetassem algumas das reformas de que todos sabem que precisamos. Ao ouvir falar em reformas, o governante costuma assentir, com ares graves de quem concorda. Todos concordam, só que ninguém faz nada. Nem nós, que já nos acostumamos a isso e logo nos acostumaremos também a ver tanques de guerra se abastecendo no posto da esquina. Nós somos um povo muito ordeiro.

Acesse o link: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101129/not_imp646633,0.php
Fonte: http://www.estadao.com.br/

domingo, 28 de novembro de 2010

Desta vez pode ser diferente - Míriam Leitão

Quem mora no Rio já viu várias vezes as autoridades dizendo que acabariam com o tráfico, ou o Exército sendo chamado e ocupando espaços, ou passeatas pedindo paz. Desta vez há várias coisas diferentes no ar. Vamos fazer um balanço aqui, até para fortalecer nossa esperança nesse momento difícil.
Estamos mais conectados nesta cidade. Em todos os sentidos. A imprensa nunca chegou tão perto mostrando uma operação. Normalmente tudo se passava longe das câmeras e olhos dos repórteres. No fim a Polícia dava a versão dela que prevalecia. Depois um ou outro jornalista conseguia ouvir os moradores e as versões frequentemente eram diferentes. Desta vez a imprensa está lá. Pode ver, contar, e mostrar que é o nosso papel.
O que possibilita isso em parte é o que veio acontecendo nos últimos anos no jornalismo e nas políticas públicas. As UPPs quando libertam uma área da cidade abre alas para a imprensa. Até alguns anos atrás o jornalismo do Rio parecia cobrir bolhas, partes da cidade, em outras nem se entrava. Para entrar era preciso negociar com o tráfico. E isso era inaceitável. Outra forma era entrar com ONGs que trabalham nas favelas. Já fui a vários lugares com o Afroreggae e o Centro de Democratização da Informática. Hoje os jornalistas entram e saem de várias favelas ocupadas pelas UPPs. Isso ajuda a cobrir não apenas os momentos de tensão, mas o dia a dia, o cotidiano, a vida como ela é. E aí as favelas aparecem de forma diferente dos estigmas e estereótipos.
A internet amplia enormemente a capacidade de comunicação e de ligação entre moradores de uma mesma cidade, dos bairros de classe média ou dos ricos, aos bairros chamados comunidades, onde ficam pobres . Há iniciativas incríveis como a do jovem René que fez um jornalzinho no Alemão desde os 11 anos. Hoje ele tem 17 anos e o jornal tem 5.000 exemplares, tem anúncios do comércio local, ele é conhecido. O Voz da Comunidade é um sucesso impresso, na internet e agora no tuiter. O perfil @vozdacomunidade tinha ontem de manhã 180 seguidores, agora em que escrevo tem quase 2.000. Isso em um dia. O engraçado é que René @Rene_Silva_RJ  que agora está com 3.000 seguidores  diz no seu perfil que quer ser jornalista. Você já é menino, você já é. Continue mandando seus tuites, notas, fazendo seu jornal, e cresça. Sua torcida é grande, você construiu sua própria audiência.
Desta vez há mais apoio dos moradores à ação das forças de segurança. Tomara que dure e que a Polícia faça por merecer essa confiança. Há riscos, todos sabemos. Riscos de ser só mais um espetáculo, de que a parte podre da Polícia acabe tomando o terreno para si, outra chaga das várias que temos aqui no Rio. Riscos imensos de que um inocente seja atingido nessa guerra, por isso não basta superioridade numérica, equipamentos, união de forças, o estado precisa ter sempre estratégia e bom senso.
Hoje há quem possa mediar. O Junior do AfroReggae não começou nisso ontem. Ele faz há anos negociação em áreas de conflitos. É experiente e respeitado. Foi chamado lá por traficantes, por moradores. Há mediadores treinados da própria Polícia.
O que vai acontecer nas próximas horas no Alemão ninguém sabe. O local é imenso. Várias comunidades que foram crescendo e um dia se misturaram. Tempos atrás fui lá com os meninos do AfroReggae para fazer uma gravação. A ideia era o Junior ir para a redação do Globo e eu para o Alemão. Fizemos isso. Foi um dia em que aprendi muito andando, conversando, gravando em cima de uma laje onde se descortinava aquele mar de favelas. Vi jovens com fuzis, tão jovens, tão jovens! Subimos pelas ruelas, passei por local de vendas de drogas. E vi os trabalhadores indo para as obras do PAC. O poder público estava lá nas obras do PAC, mas não estava inteiro. Tanto que as obras de melhoria conviviam com o que não deveriam conviver. Hoje a Polícia e as Forças Armadas estão lá, nas bordas do imenso Complexo do Alemão. O que acontecerá esta noite? É um momento decisivo.
Hoje a cidade está mais unida do que jamais esteve, pela internet, pelos avanços da política de segurança, pelos mesmos sonhos. Hoje todos os olhos - e nossos corações - estão no Alemão. O momento é dificil e riscos existem, mas nunca tivemos tanta esperança de que o país avance na direção que se quer: a de não haver territórios onde o poder público não possa entrar.

Acesse o link: http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2010/11/27/desta-vez-pode-ser-diferente-cidade-esta-ligada-ao-alemao-344698.asp
Fonte: http://oglobo.globo.com/economia/miriam/

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Agora é guerra - Dora Kramer -

 O Estado de S.Paulo

A situação por que passa a cidade do Rio de Janeiro, alvo de ataques terroristas do tráfico de drogas, já aconteceu outras vezes e aconteceu também em São Paulo há poucos anos.

Mas, desta vez, no Rio há algo de diferente no ambiente: nunca se viu tanta mobilização de recursos, tanta motivação por parte do aparelho de Estado, tanta confiança num desfecho positivo, tanta torcida no restante do País e tanto apoio da população e da imprensa ao trabalho da polícia.
Agora é a guerra instalada mesmo. Até então o que havia eram ações episódicas, com o Estado sendo derrotado permanentemente e, com isso, a crescente ameaça à segurança e à soberania nacionais.
O que mudou? Há o esgotamento geral com essa questão, mas há um dado novo: a maneira como as pessoas enxergam o poder público. Ou melhor, a forma como o poder público se mostrou à população nos últimos dois anos no que concerne ao trato da segurança pública na cidade brasileira onde o problema é mais agudo e mais difícil de ser enfrentado.
Pela primeira vez em 40 anos de um processo de ocupação gradativa de territórios pelo tráfico de drogas e de compadrio as autoridades e do sistema político, o governo do Estado resolveu agir com firmeza, começando pelo que estava ao seu alcance: a retomada paulatina desses territórios com o plano das Unidades de Polícia Pacificadora e o combate às milícias.
Para isso foi essencial a escolha de um profissional sério e que se fez respeitado junto à sociedade, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, e, claro, uma relação de cooperação e confiança entre os governos estadual e federal.
Isso resolve? Não, mas contribui sobremaneira o fato de não se ter um comando comprometido com o crime (o ex-chefe da Polícia Civil Álvaro Lins está preso); de governos estadual e federal não perderem tempo com aquelas brigas que a todos enoja; a união (na prática) das Polícias Civil e Militar. Junto a isso, a existência de política de segurança, de ações de inteligência e de estratégia para reação.
Contribui também a concentração de traficantes em regiões ainda não ocupadas pelas UPPs, justamente porque foram expulsos daquelas áreas que já somam duas dezenas nas zonas sul, norte e oeste do Rio.
As unidades não foram concebidas para eliminar o tráfico de drogas. A ideia foi estabelecer como prioridade libertar as pessoas residentes dos territórios controlados do domínio do tráfico. Hoje são 150 mil os moradores beneficiados, mas o plano até 2014 é instalar 40 UPPs para alcançar 500 mil pessoas.
"Meu objetivo é tirar a arma pesada da mão do bandido que escraviza comunidades. Enquanto houver doentes haverá drogas. O que não é admissível é um sujeito com arma na mão determinar aonde uma pessoa vai ou deixa de ir", disse ele em entrevista há seis meses.

Nessa conversa, Beltrame explicou que o Rio é o lugar mais complexo em termos de criminalidade. "Aqui a polícia trabalha contra o crime na rua, contra três facções criminosas e ainda trabalha contra as milícias. Nos outros Estados não há essa diversidade".

O plano dele é ir tirando as condições de o tráfico trabalhar por causa da perda dos territórios. Na época, falava em "uma segunda etapa" que seria o cerco aos marginais abrigados em outros locais não ocupados pela polícia.

"Ou vamos prendê-los, ou vão fugir ou podem perder a vida num confronto", dizia.

Sobre tentativas de contra-ataques assegurava ter homens suficientes para pôr os bandidos "para correr". E por "correr" aí entenda-se até o extremo. "A polícia não quer matar, mas o Estado precisa se colocar porque para o bandido não existe Constituição, vale a lei deles e é contra isso que o País precisa se posicionar, entendendo que o Estado tem o monopólio da força".

Como se resolve o problema? "Com o envolvimento efetivo da União, dos Estados e municípios, de todos. Sem discussões sobre episódios, mas com uma ideologia de segurança, de muito investimento em estrutura, tecnologia, treinamento e principalmente capacidade de decisão".

Quer dizer, algo se moveu no Rio, mas a solução está longe de ser alcançada.

Acesse o link: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101126/not_imp645434,0.php
Fonte: http://www.estadao.com.br/

No ar e na terra - Míriam Leitão #paznorio

O Globo

Da janela do avião, o Rio aparece em toda a sua beleza. Nos últimos dois dias entrei e saí do Rio duas vezes. Na terra, o clima está pesado, emergencial, não se vê a paisagem. O motorista que me levou ao aeroporto ontem errou o caminho porque dirigia mais atento ao que o secretário José Mariano Beltrame dizia no rádio. A passageira ao lado, antes da decolagem, faz uma ligação aflita.
— Já chegou? Graças a Deus. Mas cuidado, saia mais cedo, na hora que você sai é quando eles mais atacam — diz a passageira para alguém querido.
As pessoas amadas passaram os últimos dias no Rio se telefonando o dia inteiro, informando e pedindo localização. Querendo proteção divina e dando graças.
Ana, camareira na TV, mora em frente à Vila Cruzeiro. Sai normalmente de casa faltando quinze minutos para as cinco. Ontem, perdeu a hora.
— Foi tiro à noite inteira, esperei clarear para sair de casa.
O motorista que me busca cedo fala rápido com a mulher, enquanto entro no carro às 5h50m:
— Está tudo bem, fique tranquila. Claro, vou continuar ligando.
A maquiadora divide a atenção entre o meu rosto e a televisão.
— Vi uma cena de um menininho correndo com uma mochila de escola. Chorei. Pensei no meu filho e pensei na mãe dessa criança que pode estar trabalhando como eu e vendo a cena do filho — me diz, se emocionando de novo.
Minha sobrinha, que acaba de chegar de Minas, avisa que está em Ipanema. Quarenta minutos depois, ela não havia chegado à Gávea, e aí sou eu a me preocupar. Outra sobrinha ligou. É jornalista. Avisa que está voltando da Penha onde foi fazer uma reportagem, me informa que está bem, e avisa que se tiver plantão, mandará o filho pequeno ficar na minha casa. Isso foi na quarta-feira. Ontem, o recado da sobrinha jornalista foi mais breve.
— Oi. Estou na Vila Cruzeiro. Estou bem. Não posso falar agora.
Na terça-feira, eu tinha um jantar. Foi só comentar que ouvi o recado costumeiro.
— Como? Você vai sair de casa? Dizem que vai ter confusão aí perto.
Fui. O taxista me recebe perguntando:
— Sabe da última? Tem um caminhão cheio de explosivo em algum lugar.
O jantar era de muitos amigos. Dois colegas subiram no elevador contando que a PUC tinha suspendido as aulas. Achavam meio exagero. Os paulistas chegavam no jantar olhando com cara de consternação para os moradores do Rio.
O motorista de taxi, que eu pego na volta, mal fala comigo. Ouvido grudado no rádio. Quando o noticiário muda de assunto, ele procura outra estação. Quer obsessivamente ouvir as mesmas notícias.

— Onde está havendo problemas? — Ele pergunta à central.
Ontem, no caminho do aeroporto, Beltrame estava sendo entrevistado por Lúcia Hippolito, na CBN. O motorista vibrava com cada resposta dada pelo secretário.

— É isso mesmo. É isso mesmo!
Beltrame, com seu inequívoco sotaque gaúcho, fala que o Rio tem que ir até o fim, que não se pode recuar agora e que o governo do Rio sabe para onde está indo. O taxista aprova. Beltrame elogia a Marinha, que cedeu equipamentos e deu apoio operacional. O taxista aprova.
— Esse cara é bom, olhaí, esse cara é assim. Tem peito — aprova de novo o motorista, e gosta ainda mais quando Beltrame diz que só se discute esse assunto da segurança no Rio nas crises, depois o tema é esquecido.
Um torpedo, no sentido telefônico da palavra, chega ao meu celular avisando que minha sobrinha de Minas está voltando para casa: o workshop na Uerj, motivo que a trouxe ao Rio, está suspenso pelo menos nesta quinta-feira.
Assim se vive estes dias na bela cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, jóia da coroa brasileira, porta de entrada e saída do Brasil, nosso cartão-postal. Assunto único, conversa dominante, rotinas subvertidas. Os diálogos podem começar de qualquer ponto, porque o interlocutor sempre sabe do que se fala. Só se fala disso. Boatos se misturam aos fatos e não há como separá-los porque os fatos parecem irreais. A menina de 14 anos em frente ao computador na sua casa leva um tiro no peito e morre. A economia conseguiu oferecer à família dela, mesmo morando numa área pobre da cidade, a possibilidade de ter um computador em casa, mas a segurança não protegeu sua vida.
Ontem, no ápice da tensão, as cenas da fuga de bandidos da Vila Cruzeiro para o mar de favelas que é o Alemão dá ao mesmo tempo medo e esperança. Vistos assim do alto, do helicóptero, eles são o que são: um grupo em desordem. A chance da vitória existe. Ao mesmo tempo, dói ver como alguns são tão jovens.
O Rio tenta se proteger da sequência dos fatos e vive dias de tensão e pânico, mas ninguém está exatamente surpreso. É uma aflição esperada: expulsos de favelas menores, perdendo território e dinheiro, o tráfico permanece encastelado nas grandes favelas, como o Complexo do Alemão e a Rocinha. Eles reagiriam, isso estava escrito nas estrelas.
Há as UPPs e o PAC. As UPPs entraram nas favelas tirando o tráfico de drogas, retomando territórios. O PAC pede licença. São obras de melhoria inclusive nas favelas ocupadas pelo tráfico. No Alemão, por exemplo, os trabalhadores passam entre bancas de cocaína e adolescentes armados. Quem já visitou o Complexo sabe que ele é uma gigantesca cidadela. Nada será fácil lá, como não será na Rocinha. Nada será fácil em toda essa longa tragédia $Rio. Mas era isso ou ficar de braços abertos para o inaceitável.
Visto de perto, o Rio é complexo. Mas só tem uma saída: ter a presença do Estado em todo o seu território. Do contrário será uma bela paisagem para ser vista de longe.

Acesse o link:http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2010/11/26/no-ar-na-terra-344176.asp
Fonte: http://oglobo.globo.com/economia/miriam/

Nada ameaça a imprensa. Nada?

Li num jornal que o ministro Franklin Martins disse que “a imprensa não está nem um pouco ameaçada.” Sempre fico tranqüilo quando ouço o ministro dizer essas coisas.A imprensa é livre no Brasil, embora não seja boa, ele nos ensina.Pode ser que concordemos com ele, embora não pelas mesmas razões.
Mas vamos entrar um pouco nessa “discussão acerca da necessidade de o Brasil criar mecanismos de responsabilização e democratização da mídia por meio de instrumentos institucionais, legais e creditícios, entre outros.”
Vamos participar de uma discussão interessante, provocada por um estudo, no qual “ adotou-se o conceito gramsciano de aparelhos privados de hegemonia para definir a atuação política e ideológica da mídia,seja no sentido de esta possuir autonomia perante o Estado, seja por participar da construção do consenso na relação entre este e a sociedade.A partir de tal consenso,o Estado se amplia, tendo em vista o papel da chamada “sociedade civil”, âmbito de atuação dos agentes privados que lutam pela direção cultural e ideológica de um país, isto é, por uma dada hegemonia”.
É preciso saber que “as diversas modalidades (de mídia) têm papéis distintos, mas conjugados.Embora não ajam necessariamente de forma uníssona em termos ideológicos, seu modus operandi é similar, na medida em que provêm de um sistema orgânico em que as notícias associam-se ao espetáculo, ao entretenimento e à lógica mercantil da audiência– no caso das TVs e dos rádios – e das vendas, notadamente de publicidade no caso dos periódicos. Estes aspectos ao mesmo tempo empresariais e ideológicos fazem parte da dinâmica da intermediação das relações sociais. Nas circunstâncias em que os principais meios de comunicação convergem ideologicamente, caso da introdução da agenda neoliberal no Brasil e da crítica – perene – aos movimentos sociais, o enquadramento ideológico conjuga-se ao seu modus operandi, (...) Mas, como toda liberdade implica responsabilidade, qualquer conivência quanto à permissividade dos meios de comunicação é igualmente deletéria à democracia )...). Afinal, em nome da “liberdade de expressão”, sem a contraparte da responsabilização, observou-se na história brasileira a existência de verdadeiras máquinas de produção do consenso devido à atuação uníssona “supressora” de vozes discordantes. Como exemplificação, ressalte-se que as proposições neoliberais– aqui denominadas ultraliberais, dada a radicalidade tanto das proposições como da forma de operar desta corrente –, tais como a privatização, a diminuição do papel do Estado, a flexibilização do mercado de trabalho, o individualismo, entre outras, que constituíram, a partir dos anos 1980, o pensamento único, foram aceitas e propagadas vigorosamente pela mídia brasileira.
Mas como resolver esse problema de “permissividade”? Entre outras coisas, criando “fóruns deliberativos com a participação do Estado, da sociedade politicamente organizada (sic) ,as empresas as organizações de “consumidores de informação”; usando o BNDES e FINEP para dar crédito e rádios,TVs e periódicos “alternativos”: publicação das dívidas das empresas de comunicação com o Estado; fim da concessão de crédito a essas empresas ou do alongamento de suas dívidas; alocação de verbas publicitárias do Estado sem levar em conta critérios de audiência.”
Esse é apenas uma brevíssima,mas brevíssima mesmo, amostra do texto 1509 “para discussão” , elaborado pelo professor de ciência política da FGV Francisco Fonseca,que pode ser lido no site do IPEA-Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, órgão subordinado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, sob o título “Mídia e Poder: elementos conceituais e empíricos para o desenvolvimento da democracia brasileira”, como parte do Projeto Perspectivas do Desenvolvimento Brasileiro, subsidio ao Livro do Eixo Fortalecimento do Estado,das instituições e da Democracia (leia aqui).
Coisa fina. Será que o ministro Franklin leu ?

Sandro Vaia é jornalista.

Acesse o link: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/11/26/nada-ameaca-imprensa-nada-343909.asp
Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Desafio e reação - Merval Pereira

Desafio e reação

O que está acontecendo no Rio nos últimos dias é simplesmente terrorismo e como tal deve ser combatido, com a participação das Forças Armadas, mas não como responsáveis pelas operações, mas sim assumindo suas funções naturais.
O economista Sérgio Besserman, que foi um dos estrategistas da política de retomada dos territórios ocupados pelos bandidos no Rio, lembra que terrorismo é uma questão de segurança nacional e, portanto, mesmo sem alterar a Constituição já caiu o anteparo constitucional que sempre foi usado para evitar que as Forças Armadas se envolvessem nessa questão de segurança criminal.
O professor de História Contemporânea da UFRJ, Francisco Carlos Teixeira, considera um equívoco pensar que só é terrorismo aquilo que parte de grupos políticos, com um programa político, e objetivos bem estabelecidos, como libertação de um território, ou luta contra um regime.
“Terrorismo é um método de ação, não um objetivo”, ressalta Teixeira. Quando uma pessoa ou um grupo organizado usa da violência, em especial contra população civil ou autoridades constituídas num Estado de Direito, é terrorismo”.
Já Besserman lembra que terrorismo não luta para ganhar a guerra, mas para ganhar a comunicação, que no caso do Rio é instalar o pânico na população, sugerir que são capazes de impor elevados custos a todo o Rio de Janeiro, de modo a forçar algum tipo de acordo, ou explícito, ou tácito.
“E o que cabe às forças de segurança do estado, mas não apenas a elas, mas também, à União e à sociedade civil, é uma reação de não aceitar o jogo deles”, salienta Besserman, que considera que o que a Secretaria de Segurança vai fazer agora é um trabalho de inteligência, para demonstrar aos traficantes que o custo da ação terrorista é muito superior ao ocasional ganho que eles possam ter.
Para o professor Francisco Carlos Teixeira, malgrado o princípio correto praticado pelo governo estadual de restabelecer o controle territorial, com a extensão da soberania do Estado de Direito, uma política pública aprovada pela maioria esmagadora da população, o grande erro é não dar a dimensão política adequada ao combate ao narcotráfico.
“Não se trata apenas de “pedir” ou não ajuda federal. A ação federal deve, precisa, ser constante com ou sem pedidos formais”, diz ele.
Não se trataria de uma intervenção, mas de exigir que a Receita Federal, a Policia Federal e as Forças Armadas cumprissem com mais rigor e eficiência suas funções.
“Não quero dizer que são ineficientes ou incompetentes”, esclarece Teixeira, para quem “simplesmente o governo federal não deu a prioridade que o caso necessita”.
Estas instituições – típicas do Estado Moderno e expressão de sua soberania – não foram chamadas e equipadas para a uma luta direta contra o narcotráfico.
Teixeira ressalta que também por seus métodos (bombas, incêndios de carros, uso de armas de grosso calibre – chegando a atacar veículos das Forças Armadas ou derrubar helicópteros da Policia) reconhecemos um desafio direto ao Estado de Direito e, aí, a coisa é política.
“Desafiar o Estado em duas de suas condições de Estado Moderno: o monopólio da violência organizada e o acesso ao território, colocando graves problemas de exercício da soberania, é um fato político”, afirma Teixeira.
O economista Sérgio Besserman chama a atenção para o fato de que esse não é um problema apenas nosso, mas global.
O exemplo do México é o mais claro de todos. Na sua análise, o tráfico de drogas passou a ser um grande negócio global, a oferta de armas muito sofisticadas aumentou, elas ficaram muito mais baratas.
E a existência de muitos conflitos locais por todo o planeta faz com que exista uma enorme oferta de armas de segunda mão.
“Tornou-se possível a quem queira confrontar o monopólio da força por parte do Estado se armar”.
Para Francisco Carlos Teixeira envolver as Forças Armadas é um erro, e ele chama a atenção para o que está acontecendo no México, aonde cerca de 50 mil homens das Forças Armadas lutam há quatro anos contra 7 cartéis de drogas, já com 28 mil mortos, desde dezembro de 2006, na maioria civis inocentes.
“O que ocorreu lá? Ineficiência e, claro, a inadequação de função, ao lado da intrusão da corrupção e do suborno nas Forças Armadas, e forte choque entre autoridades civis e militares, inclusive no controle do espaço público”.
Segundo Teixeira, o Estado deve tomar as decisões necessárias com suas instituições republicanas, e todos já sabemos quais são estas ações: ao lado de um projeto correto e apoiado pela população precisamos que (a) a Receita Federal controle o fluxo anormal de recursos, a lavagem de dinheiro e as operações fronteiriças; (b) a PF interrompa a entrada de armas e de drogas; (c) as Forças Armadas tenham meios materiais para o efetivo controle das fronteiras, de forma organizada, permanente e com modernos recursos tecnológicos.
Além disso, as Forças Armadas podem trabalhar na formação de pessoal em logística, inteligência, preparação de ações anti-motins e demonstração e treinamento de armas e, principalmente, armamento não-letal. Segundo ele o equipamento da nossa PM é ainda muito ruim, com graves déficits de material de defesa pessoal.
O professor Francisco Carlos Teixeira dá um depoimento pessoal: “Eu próprio vi, em Rondônia, a ação exemplar do Exército no controle do fluxo de drogas na fronteira (e do desmatamento). Mas, a piada é que tais ações possuem calendário, posto que o diesel distribuído é insuficiente para patrulhas diárias durante 30 dias do mês. Assim, os bandidos ( traficantes e desmatadores ) esperam dia 15 ou 18 de cada mês para reiniciar suas operações, quando já sabem que o diesel acabou”.

Acesse e leia: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/11/25/desafio-reacao-343624.asp
Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

Rio, Brasil - Janio de Freitas

Rio, Brasil

Pelo visto, cada vez mais, estamos destinados a aceitar a solução mortífera para obter a mínima segurança

Janio de Freitas

Já fizeram com os passageiros de ônibus, há pouco tempo, agora repetem com os de uma van: jogam a gasolina e tocam fogo sem esperar que os passageiros desçam. Desta vez, quatro não conseguiram sair antes de sofrer consequências do incêndio. É possível entender esse grau de perversidade?
Doze mortos. Um horror, como um confronto em qualquer frente de combate militar, mas ocorrido na região da velha e tão cantada Penha.
Já ontem mesmo, "especialistas" - como agora se diz à vontade na imprensa - criticaram a violência mortífera da polícia.
Têm razão quanto à violência e à adjetivação, mas se calaram antes de dar resposta a uma pergunta. Denúncias levaram à busca de alguns dos incendiários, que receberam a polícia a bala e se deu o longo combate. Como deveriam ser buscados?
Os bandos de criminosos armados já ultrapassaram há muito tempo as condutas da marginalidade voltada para o assalto, o roubo, o latrocínio, a fuga ao cerco ocasional.
E, sem rapapés, a verdade simples é que os bandos do crime bem armado já não deixam margem alguma para serem enfrentados com padrões menos bárbaros do que os seus próprios.
A urbanização de favelas, a melhoria de suas casas, as Unidades de Polícia Pacificadora, tudo isso é humanamente necessário, está bem feito onde foi feito e não deve parar.
Mas, no seu aspecto de correção e prevenção de tendências a condutas marginais, começou muito tarde. A dimensão quantitativa e de criminalidade a que os bandos armados chegaram não permite, a esta altura, a espera pelos resultados do trabalho de reparação nas áreas contaminadas.
Será penoso, mas, sem ter pensado em tempo na reação aos governantes que fizeram de nossas cidades o que elas são, pelo visto estamos destinados a ir aceitando, cada vez mais, até que já nos seja indiferente, a solução mortífera como solução para nossa mínima segurança.

Acesse o link: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/11/25/rio-brasil-343664.asp
Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O terror e a lei - Merval Pereira

O terror e a lei


O governo do Rio está tomando providências em diversas frentes, invadindo várias favelas controladas pela facção criminosa que estaria promovendo esses arrastões, e ao mesmo tempo o governador Sérgio Cabral pediu que a Polícia Rodoviária Federal entrasse em alerta máximo, oficialmente para ajudar no controle das vias expressas do Rio como as Linhas Vermelha e Amarela, onde têm acontecido muitos ataques dos bandidos.
Na realidade, as autoridades lidam também com uma denúncia de que um caminhão de explosivos estaria sendo desviado para o Rio para atentados, o que configura o caráter terrorista das ações dos últimos dias.
Este foi um primeiro pedido oficial do governo do Rio ao governo Federal, dando a dimensão da gravidade do caso, e o Ministro da Justiça ofereceu até mesmo a Força Nacional de Segurança.
Essa ação nos morros é uma reação para demonstrar à facção criminosa que não haverá recuo no combate ao crime organizado.
Além da ação terrorista coordenada para acuar as autoridades, há também a bandidagem que, expulsa dos morros, está no asfalto tentando reverter seus prejuízos.
Seria de se esperar que esse tipo de crime aumentasse nas ruas da cidade, e que muitos desses criminosos fossem para outras cidades do interior do Estado, onde o índice de criminalidade tem crescido.
Inclusive por que a tática do governo é avisar com antecedência que vai invadir este ou aquele morro, dando tempo para os bandidos saírem sem resistir à chegada da polícia, para evitar um banho de sangue e colocar em risco os moradores.
Isso por que a idéia principal das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) não é acabar com o tráfico de drogas, mas sim acabar com o domínio dos bandidos sobre o território das favelas.
Interessa mais a essa política liberar as favelas para os cidadãos do que propriamente impedir o tráfico e prender os traficantes.
Mas a única coisa a fazer é continuar na estratégia de ir avançando no domínio do território ocupado pelos bandidos.
Sucessivos governos deixaram esses criminosos tomarem conta das favelas da cidade e agora para alcançar uma pacificação desses territórios é preciso devolver ao Estado o chamado “monopólio da força” onde os criminosos o exercem.
O Ministério da Justiça ofereceu também vagas em presídios federais para que sejam transferidos bandidos que continuam mandando ordens de dentro dos presídios estaduais, mas se as ameaças continuarem será preciso pedir a ajuda das Forças Armadas.
A tendência natural do governo, qualquer governo, é tentar reduzir o tamanho da ameaça, e é por isso que o secretário de Segurança José Beltrame, que está fazendo um excelente trabalho, diz que essas ações são feitas por uma facção criminosa pequena que não se conforma com a perda de espaço para suas ações nos morros da cidade.
Pode ser, mas o que estamos vendo são ações coordenadas, como se fossem treinadas com o objetivo único de causar impacto na população.
Os métodos são de ataques terroristas, com táticas de guerrilha. Tudo indica que são pessoas treinadas, muitos indícios de que há ex-soldados cooptados pelos traficantes.
Naquele episódio da tomada do Hotel Inter Continental, em São Conrado, os filmes mostravam movimentos dos bandidos muito organizados, com claro preparo militar.
“Devido à existência do controle territorial armado por narcotraficantes e milícias, a retomada definitiva, com a retirada das armas, é uma questão estratégica e não tática”, afirma um trabalho da Casa das Garças, um instituto de estudos do Rio, já abordado pela coluna, sobre as favelas do Rio.
O trabalho chegou à conclusão de que “o estado e a sociedade civil estão presentes nas favelas. A ausência do estado ocorre apenas em uma função: o policiamento ostensivo. Porém, este é o ponto primordial para que todos os demais direitos e equipamento sejam acessados”.
O estudo indica como ação prioritária após a “retomada definitiva e a pacificação”, entre outras, a formalização dos negócios e a regularização da situação fundiária e de habite-se.
O mesmo grupo prepara-se agora para analisar as experiências de regularização de títulos em diversos países. No Rio, há uma ação bem sucedida do Instituto Atlântico dando títulos de propriedade à comunidade do Cantagalo, um morro incrustado entre Copacabana e Ipanema no Rio.
O economista Sérgio Besserman, que já foi presidente do IBGE, também acha, como já registramos aqui na coluna, que o principal serviço público que o Estado está deixando de oferecer as populações dessas comunidades é a segurança, “não a segurança de não ter crime, de não ter tráfico, mas a segurança de a pessoa poder andar livremente”.
Concordando com o objetivo básico das UPPs, Besserman acha que “se vai ter tráfico em Botafogo, em Copacabana, no Recreio, combatam o tráfico com inteligência. Mas a rua, a praça, o poder tem que ser do povo, através do Estado".
Se a situação chegar ao ponto de o governo estadual ter que pedir a intervenção das Forças Armadas, haverá uma nova situação, isso por que o Exército ganhou poder de polícia para ações urbanas em recente reforma do sistema de defesa nacional, mas não está claro se ele pode exercê-lo nas cidades ou apenas nas fronteiras, no combate ao contrabando de armas e drogas.
A atuação das Forças Armadas nos conflitos urbanos sempre foi um tema polêmico, e embora seja cada vez maior a certeza de que as tropas brasileiras estão preparadas para agir em favelas do Rio de Janeiro, depois da experiência de campo nas favelas de Porto Príncipe, há ainda dúvidas sobre até que ponto elas poderiam atuar na repressão ao crime organizado.

Acese o link:
https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/24/o-terror-e-a-lei
Fonte: https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/

O terror e a Segurança no Rio...


     
 Fico pensando como o governador conseguiu se reeleger por alegar a medida de segurança no Rio ótima, boa, que as UPPS são as 8 maravilhas do mundo, para quem?
     É lógico e não sou hipócrita a ponto de negar que era necessário começar por algum lugar, mas tinha que planejar, ter contigente e armamento necessário para tal projeto. O que não ocorreu, foi implantado a toque de caixa por ser ano eleitoral e que se lasque o restante do povo, pois o que quero é voto e assim foi feito, o governador se reelegeu, sua politica de segurança foi usada para campanha eleitoral e até para a campanha da Dilma, já que esta disse que queria expandir as UPPS para os outros estados.
   Rapaz se for assim não teremos nem para onde fugir. Tavez tenhamos que pedir auxilio no Planalto, será que tem espaço lá?
     Este filme já assistimos há 3 anos atrás, nesta mesma época, quando houve uma semana de horror em que os bandidos em represália fuzilavam cabines  e carros de policiais, o comandante então subiu morros, prendeu alguns e tudo acabou, mas não se preocuparam de que estes movimentos já eram uma respostas as medidas que o Estado iria implantar nos morros e não tomaram nenhuma providência, a única que tomaram foi formar contigente para as UPPs e no asfalto que já tinha pouco, ficou sem ter mais nenhum contigente que pudesse suprir as necessidades da ruas. 
    Agora ficamos a mercer deles, desculpe, agora não há muito tempo, mais recentemente 2 meses e as autoridades negando que tivessem a ver com as UPPs, pudera ano eleitoral, agora que acabou já admitem que é uma resposta dos bandidos pela perda do território, mas quem paga somos nós. Estamos numa guerra civil e as autoridades negando o que está tão claro, armamento pesado, em via urbana, para mim é guerra.
O que nos salva por enquanto é queles não são organizados por que se fossem, não teríamos policiais  suficientes para enfrentá-lo e nem armamento, pois hoje mesmo vi vários policiais na rua sem colete e com uma arma de baixo calibre, policiais que trabalham administrativamente  fazendo trabalho de rua, este com certeza sem habilidade e a nova turma que vai se formar não vai para a rua, vão para as UPPs.
       Temos é que processar o Estado por cada vez que nos sentirmos lesados, vítimas desses ataques, por que é obrigação dele cuidar, tratar e nos dá a segurança para que possamos ir e vir com segurança. Qual é o pai e mãe que consegue ficar calmo enquanto tem um filho na rua, qual é o filho que não fica preocupado quando seus pais vão trabalhar de manhã, se eles agora atacam a qualquer hora?
      Como esperar a contratação de sete mil policiais até 2011, até lá muitos inocentes deixarão de viver, de participar de nossas alegrias, como pedir mais esse prazo, porque não fizeram isso antes? Do jeito que muitos policiais saem do treinamento como posso esperar estar segura, haja visto o incidente que se deu na blitz alguns meses atrás onde um juiz e seus filhos foram baleados, tanto nós como eles correm perigo já que serão treinados a toque de caixa.
    Salve-se quem puder e que Deus nos guarde porque para o Estado é uma missão impossível a curto prazo.
    
Leia mais:

Bandidos voltam a incendiar carro e atacar a base da polícia no RJ
Na zona norte da cidade, bandidos atearam fogo em um veículo. Motoristas, assustados, tentaram fugir na contramão. Na Baixada Fluminense, uma base da polícia foi atacada.

PM confirma 8 presos e dois mortos nesta terça em operações no Rio
segunda (22), o comandante geral da PM, coronel Mario Sérgio Duarte, disse que vai antecipar o esquema de policiamento do fim de ano. Segundo ele, folgas serão reduzidas para aumentar o efetivo, PMs que fazem trabalhos internos passarão a atuar nas ruas e sete mil novos policiais serão contratados até o fim de 2011.

Governo do Rio pede a transferência de pelo menos 8 presos, diz Beltrame
Segundo secretário de Segurança, número, no entanto, pode chegar a 13. Por volta das 19h30, Tribunal de Justiça do Rio aceitou a transferência.


  • Moradores dizem que mudaram a rotina




  • Policiais são atacados em estação de trem




  • Tiroteio deixa três feridos em favela de Niterói




  • Fonte: http://g1.globo.com/

    terça-feira, 23 de novembro de 2010

    Enem: descaso e escárnio

    Artigo escrito por estudantes do ensino médio afirma que o Enem mede apenas a resistência dos candidatos - e não o conteúdo

    HAILA PASSOS, JOÃO PEDRO BASTOS, JULIA BEVILAQUA, MARIA EDUARDA ROCHA, PEDRO RYCHTER, PEDRO ZAÚ e RAINIELSON DOS SANTOS

    Não existe maior prioridade para um país do que a Educação. Valor fundamental para a construção de uma democracia sólida, ela esclarece a sociedade, abre novas perspectivas na construção de uma política de qualidade e faz deslanchar uma economia forte. O futuro de um país se escreve diariamente, em cada sala de aula, em cada prova, em cada lição de cada professor. Entretanto, infelizmente, o que vemos cada vez mais em nosso país é um total desprezo à melhoria educacional, uma repulsa em conjecturar soluções que possam resolver definitivamente o atraso que impera no Brasil. E não existe maior prova dessa alienação do poder público às demandas acadêmicas do que o novo Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem.

    A cada ano que passa, mais um incidente na realização da prova demonstra escancaradamente o nível de incompetência administrativa do Ministério da Educação, órgão que deveria primar pela construção de um sistema acadêmico robusto e sustentável. Pelo contrário, as falhas do Enem demonstram que o MEC vem sendo exitoso em uma tarefa diametralmente oposta - a de se descredibilizar, e, ao mesmo tempo, desmerecer os milhões de estudantes da nação.

    Se já não bastasse o incidente revoltante do vazamento de provas do Enem 2009, em 2010 o Exame conseguiu se depreciar ainda mais. Erros grotescos, como a troca de cabeçalhos, a falta e a repetição de questões, a falta de orientação dos fiscais, os locais mais inadequados à realização das provas, mostraram o que parecia ser impossível - o fundo do poço da Educação ainda não havia chegado. Fundo do poço este no qual é proibido o uso de lápis e borracha, com pleno uso de desculpas estapafúrdias por parte de membros do Inep, incapazes de convencer qualquer indivíduo racional. Pelo contrário, foi ironicamente comprovada a total falta de seriedade e comprometimento do órgão quanto a assuntos educacionais.

    Mas os tropeços do Enem 2010 não são o maior erro da prova. O maior erro é o exame em si. Criado para ser um termômetro educacional no país, o Enem é desabilitado e insuficiente para servir como ingresso nas faculdades públicas. A prova não mede a qualidade do conhecimento adquirido ao longo do ensino médio. Pelo contrário, mede a resistência dos candidatos. Faltam questões relativas ao conteúdo programático, enquanto sobram questões fora de contexto, aleatórias, sobre vôlei, feijão tropeiro e Mr. Bean.

    O mínimo que os mais de três milhões de estudantes mereciam era um pedido de perdão, mas, pelo contrário, o que ganhamos foram declarações tristes, atingindo seu ápice no discurso do próprio presidente da República. Dizer que o "Enem foi um sucesso estrondoso" não é apenas desrespeito, é uma ironia masoquista, uma demonstração cruel de total descaso, menosprezo e escárnio perante nós.

    É lamentável ver a Educação de nosso país entregue a um punhado de instituições descompromissadas, repletas de autoridades incompetentes que nada entendem sobre salas de aula. Incapazes de assumir seus erros, forçam a manutenção de uma prova incompatível com a realidade nacional e com a sua capacidade de coordenação. Quantos anos mais serão necessários para perceberem o erro? Quantos mais artigos como este serão necessários para que se leve a Educação a sério no país? Se realmente quisermos ser gigantes pela própria natureza, já é hora de parar de pensar em medidas imediatistas e populistas, para focar em questões substanciais, em reformas profundas, desde a raiz, no sistema educacional, que garantam enfim o tão almejado desenvolvimento pleno do Brasil.
     HAILA PASSOS, JOÃO PEDRO BASTOS, JULIA BEVILAQUA, MARIA EDUARDA ROCHA, PEDRO RYCHTER, PEDRO ZAÚ e RAINIELSON DOS SANTOS são estudantes no ensino médio do Colégio Santo Inácio, do Rio. Fonte: O Globo (RJ)


    'El Mundo' cita os 3 porquinhos de Dilma,Los 'tres cerditos'

    Jornal espanhol 'El Mundo' cita os 3 porquinhos de Dilma


    Los 'tres cerditos'

    Blog de política da Folha

    Batizados em plena campanha eleitoral e chamados oficialmente pela presidente eleita, Dilma Rousseff, na última semana, os coordenadores da transição, José Eduardo Dutra, presidente do PT, e os deputados Antonio Palocci e José Eduardo Cardozo já são mundialmente conhecidos pelo apelido de "três porquinhos".

    Publicada nesta terça-feira, uma reportagem do diário espanhol "El Mundo" destacou o "poder à sombra" de Dilma que os três escudeiros representam, supervisionando do "início ao fim cada jogada política" da presidente eleita.

    De acordo com o diário, a alcunha de porquinhos surgiu "por um certo excesso de quilos que pode ser visto inevitavelmente em seus cintos apertados e por suas bochechas às vezes rosadas".

    Cardozo assumiu de vez o apelido, atribuindo o nome dos companheiros e o seu próprio a cada um dos três personagens.
    Para o deputado, "o Prático [que constrói a casa de tijolos] é o Palocci, o Heitor [que faz a casa de madeira] é o Dutra, e o Cícero [da casa de palha] sou eu".
    Dutra também cedeu à brincadeira, mas com menos humor. Na semana passada afirmou em seu Twitter que estava fazendo caminhadas para perder alguns quilos e, consequentemente, o apelido.
    "El Mundo" destaca que "não é por acaso que Palocci já estivesse [durante a gestão de Lula] --junto a José Dirceu e Luiz Gushiken-- e se mantenha agora no centro das decisões. Para a tranquilidade dos lulistas e inveja dos críticos o porco provisor será responsável por manter o Palácio do Planalto a salvo dos lobos", diz o jornal.
    Dutra comentou a reportagem em seu Twitter, ironizando-a. "Almodóvar já me ligou. Quer filmar 'Los tres cerditos en la cacerola' ou '... en la olla'". Dutra afirma ainda que "estava demorando" para que falassem sobre o apelido e que o diário espanhol, "assim como os jornais brasileiros, não conhecem a Dilma".

    Escrito por Aline Pelegrini

    Acesse o link:
    http://presidente40.folha.blog.uol.com.br/arch2010-11-16_2010-11-30.html#2010_11-23_11_55_54-148400582-0
                            Fonte: http://presidente40.folha.blog.uol.com.br/

    Regulação da mídia

    Equívocos no tema da regulação da mídia


    O Globo - Editorial

    Pela programação do governo que se encontra em contagem regressiva, será deixado para a presidente Dilma Rousseff, segundo o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, um projeto de nova regulamentação para os meios eletrônicos de comunicação. Ela decidirá se o envia ao Congresso, e em que condições, ou se o engaveta.
    Faz sentido atualizar regras numa atividade em constante mudança, devido ao vertiginoso aperfeiçoamento tecnológico no campo das comunicações. Mas não é o que acontece, e o culpado por isso é o governo Lula.
    O debate sobre a reciclagem de uma legislação de 1962, quando internet, videoconferência e outros recursos hoje usuais eram coisa de ficção científica, poderia tramitar sem desconfianças e choques se o Planalto houvesse impedido a manipulação dessa questão por grupos incrustados no governo, com a intenção de tolher a imprensa independente e profissional.
    Infelizmente, importantes aspectos do entrelaçamento das diversas plataformas digitais de difusão de informações foram intoxicados pela esperteza de alguns de tentar usar o tema como Cavalo de Troia para contrabandear dispositivos de controle do conteúdo jornalístico.
    Tentativa ingênua, pois se trata de iniciativa barrada pela Constituição, pela qual o direito às liberdades de imprensa e expressão não pode ser relativizado.
    O governo Lula perdeu a credibilidade para propor uma discussão séria sobre qualquer regulação da mídia ao ser leniente com investidas contra a liberdade de imprensa.
    No primeiro mandato, foram as propostas da Ancinav e do Conselho Federal de Jornalismo, as quais jamais deveriam ter sido formuladas. No segundo, a risível terceira versão do “Programa Nacional de Direitos Humanos”, utilizada para justificar o controle do conteúdo da imprensa — eufemismo de censura —, espírito idêntico ao da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), iniciativa do Planalto, fonte inspiradora da criação, em diversos estados, de conselhos de “controle social” de grupos independentes de comunicação. Como se faltassem regras e instrumentos de fiscalização sobre, principalmente, a mídia eletrônica e a produção audiovisual.
    A falsidade da tese do suposto excesso de liberalismo no trato de TVs, rádios e cinema foi demonstrada por reportagem do GLOBO de domingo, em que estão relacionados dispositivos legais e órgãos responsáveis por intervenções no meio, algumas draconianas e inconstitucionais. Tramita, por exemplo, no Supremo Tribunal Federal uma ação de declaração de inconstitucionalidade de dispositivo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) pelo qual, em nome da defesa do menor, procuradores e promotores tentam agir como censores. Ainda não foi julgada a reclamação.
    A pauta do debate proposto pelo governo sobre a regulação da mídia eletrônica fica, portanto, desfocada quando abre brechas para o controle de conteúdo.
    Ora, não só o controle já existe, como, em alguns casos, é inconstitucional. E, ao se misturar questões técnicas com o viés político autoritário de quem deseja tolher grupos de comunicação, interdita-se o debate que se deveria travar sobre como atender a um mercado cada vez mais ávido de informações e entretenimento, sem deixar de se defender os interesses nacionais.

    Acesse o link:
    http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/11/23/equivocos-no-tema-da-regulacao-da-midia-editorial-342917.asp
    Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

    O PMDB é coisa nossa, muito nossa... - Arnaldo Jabor

     O Estado de S.Paulo

    "Sem nós, ela não faz nada! Não pensem vocês que estamos de brincadeira. Demos um tempo no "blocão" para não assustar a madame ainda, mas, qualquer coisa a gente volta a ter 202 deputados no mínimo na Câmara. Esses soviéticos não aprendem... Tentaram enrolar o PTB, logo com quem - o cobra criada Jefferson que os botou para correr. E agora acham que vamos topar outro petebista mandando na Comissão Mista do Orçamento, como quer d. Dilma? Aquele Gim Argello que não foi nem eleito, lugar-tenente do Roriz? Sei que o plano da presidente (a) é combater nosso excesso de poder; sei que ela quer "homeopaticamente" desfazer nossos esquemas (que chamam de "corrupção"...) com mais "corrupção" ("similia similibus curantur" - sei latim, meu filho). Não adianta..., a gente coopta quem aparecer (principalmente esse aí que nem foi eleito, lá do buraco do Roriz...) e, se bobear, novo "blocão" pois, além dos "nanicos", nós temos os grandes mestres, os faixas pretas do País: Sarney, o eterno, Renan, Jucá, o impalpável Eduardo Cunha, tantos... Eles sabem nos comandar, eles sabem o que querem... E tem mais: agora, estamos no Executivo. Nosso comandante Temer conquistou a posição ideal que sempre almejamos: a vice-presidência. O vice é tudo. A presidente (a) é alvo, o vice pula de lado e escapa das flechas. A presidente (a) é culpada e o vice, observador isento. E o Temer não é o tipo de vice que "não aporrinha", como quis o Serra; nós aporrinharemos, sim.

    Esses comunas pensam que a gente é babaca. São séculos de aprendizado. O PMDB é uma das mais belas florações de nossa história.
    Temos interesses, claro. Queremos cargos, muitos cargos e no mínimo seis ministérios importantes porque, sem nós, não tem comuna que se dê bem.
    Não é assim que essa tigrada do PT fala: "os fins justificam os meios"? Pois é, nós somos os meios. No entanto, meu caro, os fins são deformados pelos meios e de "meios" acabaremos sendo "fins".Viu como sou profundo? Não há casamento sem interesse. É belo e progressista o interesse. O desprendimento, a honestidade alardeada é hipocrisia de teóricos.
    E nossos fins são sábios, experientes; são frutos de uma grande tradição brasileira que os maldosos chamam de "corrupção", quando são hábitos incrustados em nossa vida como a cana, o forró, a obediência dos filhos que seguem nosso exemplo, nossos bigodes que chamam de bregas, as ancas das amantes risonhas com joias de ouro tilintando em pescoços e pulsos, diante da palidez infeliz de nossas esposas... Vocês não entendem que isso é a cara do País? Vocês reclamam de nossa voracidade. E os milhares de famintos que invadiram o batatal do poder para comer tudo, os ex-pelegos hoje de gravata?
    O PMDB é um exército de amigos unidos - qual o mal? Admire a beleza superior deste imenso patrimônio espiritual que nós possuímos, tanto em nosso partido como nas alas aliadas. É uma beleza feita de amizades, famílias amplas, burocratas cooperativos. E tem mais: nós, do PMDB, temos um projeto, sim, para este País... Um projeto muito mais pragmático, mais progressista que esses dogmas de 1917 do Dirceu e outros - abstrações ridículas como "igualdade", "controle social", "comitês centrais", "palavras de ordem".
    Nosso projeto é mais Brasil..."São coisas nossas, muito nossas...", como cantou o Noel. Nosso projeto é uma girândola de malandragens, de negociatas que deixam cair pelas brechas, pelas frestas das maracutaias migalhas de progresso. É isso: tudo que houve de bom no País foi fruto de malandragens no encontro entre o privado e o público.
    Não, cara, não há corrupção no PMDB - trata-se apenas da continuação de um processo histórico. O dinheiro que arrecadamos em emendas do orçamento, em gorjetas justas de empresas e burocratas, esse dinheiro sempre foi a mola do crescimento do País. Haveria Brasília sem ela? Onde estaríamos nós - na roça de um país agropastoril? Esta é a eterna verdade desde a Colônia, tão eterna quanto a miséria que sempre haverá. Querem o quê? Que fiquemos magros também, que dividamos nossas conquistas com os que nada têm, querem socializar a miséria? Quando eu faço uma piscina azul em meio à seca, não é crueldade, porque é preciso que alguém tenha piscina na caatinga para que a dor dos miseráveis seja suportável. A vida do pobre ganha um sentido hierárquico: ele está embaixo, mas se consola porque alguém vive feliz em cima.
    De modo que não nos venham com papos de inclusão social. Ademais, é impossível salvá-los (como alguns poucos ainda pensam no PT). São 40 milhões de pobres chocados em quatro séculos de tradição patrimonialista da boa. Vocês verão que isso é natural, a natural "survival for the fittest" ("sobrevivência do mais forte", como bem traduziu meu filho do MIT)...
    Vamos olhar para a outra face da beleza: a alegria de ver a grande arte dos lucros fabulosos, as mandíbulas salivando a cada grande negócio fechado, o encanto dos shoppings de luxo, as velozes paixões dos cartões de crédito, o eufórico alarido dos restaurantes, os roncos de jet-skis à beira-mar, os gemidos das amantes no cetim, a euforia dos almoços de conchavos... Tudo isso doura o nosso progresso.
    A classe dominante deste país é uma grande família, unida por laços de amizade total, mesmo que definhe sob nossos pés a massa de escravos em seus escuros mundos.
    Nós somos muito mais o Brasil profundo do que esse bando de comunas que chegaram aí, com um sarapatel de ideias feitas por um leninismo mal lido e um getulismo tardio...
    No entanto, sou otimista - acho, sim, que a aliança PT-PMDB poderá ser doce e linda. Mas, do nosso jeito. Tudo bem que censurem a imprensa e coisas menores (é até pratico para nos...), mas na infraestrutura de nosso passado de donatários ninguém toca. Temos no peito o orgulho de proteger a sobrevivência da linda tradição de nossa colonização portuguesa.
    O PMDB é a salvação da democracia; suja, mas muito nossa."

    Acesse o link: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101123/not_imp643816,0.php
    Fonte: http://www.estadao.com.br/

    Inteligência de Estado - Dora Kramer

     O Estado de S.Paulo

    Nenhum Estado pode prescindir de um setor de inteligência, reza o bom senso. O presidente Luiz Inácio da Silva, no entanto, não parece compartilhar dessa constatação, já que deixou o Gabinete de Segurança Institucional se esvaziar ao ponto de ser hoje uma estrutura inerte. Não obstante, ampla.

    Ligado diretamente à Presidência da República, o GSI tem entre suas atribuições a assistência ao presidente, a prevenção e articulação de crises, cuida da segurança pessoal do presidente, do vice-presidente, das famílias e respectivas moradias. Além disso, deve coordenar atividades federais de segurança e informação.
    No quesito assessoramento presidencial, a medida da serventia do gabinete atualmente é dada pelo grau de relacionamento entre Lula e o general Jorge Félix: nenhum. Segundo relatos de um interlocutor frequente do presidente, ele sequer conversa com o chefe do Gabinete de Segurança Institucional.
    Não porque tenha qualquer restrição a ele, mas porque não confere importância à função do general. Desde a crise dos grampos telefônicos clandestinos que resultou na transferência do então chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin, que está sob o comando do GSI), Paulo Lacerda, para Portugal, Lula desdenha dos alertas sobre a necessidade de remontagem do setor.
    Corre como piada no ambiente do poder, a lembrança de que o gabinete não conseguiu prever a vaia a Lula durante a abertura dos Jogos Pan-americanos no Rio, em 2007, que antes circulava na internet.
    Deveria ser da Abin também a função de esmiuçar vidas pregressas e acompanhar as atividades de ocupantes do governo para prevenir escândalos.
    Mas, se Lula não quer contar com uma estrutura organizada e atuante de inteligência, Dilma Rousseff tem sido aconselhada a incluir o setor de segurança institucional entre suas prioridades de governo.

    @realporquinhos. Os "três porquinhos" de Dilma Rousseff, Antonio Palocci, José Eduardo Dutra e José Eduardo Cardoso, receberam o apelido pela óbvia associação aos inseparáveis alvos da cobiça do lobo mau da história infantil.

    Já Edison Lobão, Marcondes Gadelha e Hugo Napoleão, em 1989 ficaram conhecidos pelo mesmo nome por causa das articulações heterodoxas para lançamento da candidatura presidencial de Silvio Santos 40 dias antes das eleições. Candidatura esta barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral.

    Posto avançado. Os tucanos de São Paulo acham ótimo que o prefeito Gilberto Kassab vá para o PMDB. Preferem ver o partido nas mãos de Kassab que sob a influência do PT.

    Eles acreditam que assim o PMDB pode funcionar como uma espécie de anexo, junto com o DEM que seria comandado por Guilherme Afif Domingos, vice do governador eleito Geraldo Alckmin.

    Mas há um "porém" que pode desvanecer o entusiasmo do tucanato: a disposição implícita na mudança de Kassab e a intenção explícita do PT paulista de formarem aliança futura.

    Para dar combate ao grupo de Alckmin.

    Maiores e menores A distribuição de gabinetes do Senado, quando não obedece à regra do pistolão, é feita mediante um "ranking" de merecimento de conforto por ordem hierárquica.

    Ex-presidentes da República têm direito aos melhores. Em seguida vêm os que já foram governadores, os que já presidiram a Casa, os que foram senadores e agora voltam, os com maior número de mandatos e por último os novatos.

    Isso numa instituição de representação democrática, onde o critério mais justo seria o do sorteio.

    Budapeste. José Serra voltou de viagem ainda sem saber o que fará da vida política. Está, digamos, na fase das "oitivas".

    Instalado no antigo escritório, Serra anda fascinado por dois assuntos: a crise monetária internacional e a Hungria, onde esteve recentemente.

    Acesse o link: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101123/not_imp643920,0.php
    Fonte: http://www.estadao.com.br/

    Nova CPMF poderia render R$ 65 bilhões ao governo



    Desembolso médio do trabalhador com impostos chegaria a R$ 7.035

    A criação de um imposto inspirado na Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta no fim de 2007, poderá representar um acréscimo de R$ 65 bilhões na arrecadação federal, se for reeditada a alíquota de 0,38%. Para o contribuinte, isso significaria uma elevação da carga tributária per capita paga anualmente de R$ 6.700 para R$ 7.035. Os cálculos são do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Se a taxação com o tributo, que passaria a se chamar Contribuição Social para a Saúde (CSS), for de 0,10%, como os defensores de sua aprovação advogam publicamente, o incremento nas receitas será de R$ 40 bilhões, conforme estimativa da agência de classificação de riscos Austin Rating.
    O retorno da contribuição, possibilidade admitida pela presidente eleita, Dilma Rousseff, logo após a eleição, terá maior impacto no bolso dos trabalhadores que movimentam intensamente a conta bancária e tomam empréstimos. “A grande massa da população brasileira está no sistema financeiro e terá que pagar o tributo. Mas os mais prejudicados serão os consumidores da classe média emergente, que estão entrando agora no mercado de consumo”, diz Silvânia Araújo, economista-chefe da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio). Segundo ela, essa camada da sociedade já paga altas taxas de juros para ter acesso ao crédito e verá a renda disponível para o consumo ou para a poupança reduzida.
    Nas empresas, quanto maior o número de elos da cadeia produtiva, maior será a arrecadação final com a contribuição. Segundo cálculos do IBPT, o tributo aumenta os custos dos produtos no país, na média, em 1,5%. O preço de um automóvel Gol 1.0 total flex, quatro portas, que custa R$ 29.640 na tabela Fipe, poderá subir para R$ R$ 31.122 com a recriação da CPMF. Do mesmo modo, uma calça jeans de R$ 160 passará a custar R$ 162,40. O impacto sobre o preço final é maior do que a alíquota porque o cálculo é feito de maneira embutida e incide, em cascata, em todas as etapas de produção.
    Medieval
    “Esse é um tributo medieval, porque não é aplicado sobre a geração de riquezas e sim sobre a circulação do dinheiro. Por isso, distorce a economia e reduz a eficácia do sistema tributário”, avalia o economista Cláudio Gontijo, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A projeção do IBPT é que a arrecadação de impostos no país chegue a R$ 1,270 trilhão neste ano. O impacto de R$ 65 bilhões, portanto, aumentaria a carga tributária em 5,12% em 2011, com as receitas subindo para R$ 1,335 trilhão.
    A volta da CPMF foi articulada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o apoio de vários governadores, sob o argumento de aumentar os recursos para a saúde. Mas causou indignação no setor produtivo e na sociedade civil. A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) se declarou “radicalmente contra”. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) aderiram às manifestações contrárias ao retorno do tributo. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que a possibilidade de recriar o tributo deve sair da pauta das discussões. “A Dilma já disse que não vai mandar proposta para o Congresso e se ninguém falar mais nesse assunto, acho que ele acabou”, disse.
    Peso maior em itens populares
    O presidente da fabricante de malhas Colortêxtil, Flávio Roscoe, explica que o impacto da CPMF pode chegar a 1,3% do preço do produto final na cadeia de confecções. Segundo ele, no varejo, em roupas destinadas à população de menor poder aquisitivo, a margem de lucro gira em torno de 50%. Mas, quando se trata de marcas renomadas, pode chegar a 300% ou mais. “No mercado da moda, a CPMF representa percentualmente menos em relação aos ganhos”, disse. Isso significa que, nos produtos de maior valor agregado, a contribuição é diluída. Naqueles com margem apertada, ela pesa mais no bolso dos fabricantes e revendedores.
    “Nas empresas que trabalham com maior percentual de lucro, ninguém vai mudar preço por causa da CPMF. Mas, no caso dos populares, fica difícil não repassar para os preços”, observou o empresário. Se o tributo for recriado, o aperto tributário será acrescido com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), cuja alíquota foi elevada pelo governo como forma de compensar as perdas de arrecadação originadas com o fim da cobrança da CPMF a partir de janeiro de 2008. “Sobre isso, ninguém está falando”, lembrou Roscoe.
    Edwaldo Almada, presidente do Conselho de Política Tributária da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), explica que, numa cadeia longa como a automotiva, é praticamente impossível calcular os impactos da CMPF se a conta for feita a partir da primeira etapa de produção. Ela começa com a extração do minério, que é matéria-prima do aço, e da borracha, insumo para os pneus.
    “Simplificando, e sem levar em conta as etapas anteriores à produção do minério, são oito elos. Como a contribuição é cumulativa, o impacto é considerável”, observou Almada. “Toda vez que cria um tributo, o governo reduz a capacidade de consumo.” Além disso, a contribuição compõe o preço dos produtos, que serve de base para a incidência de outros impostos, aumentando ainda mais os custos finais.
    Fonte: Correio Braziliense

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    segunda-feira, 22 de novembro de 2010

    Impostos pagos é desconhecido para 22% da população #CPMFNAO

    Origem dos impostos pagos é desconhecido para 22% da população


    Cerca de 22,5% dos brasileiros não são capazes de se lembrar do nome de pelo menos um imposto pelo qual pagam. O levantamento é da Esaf (Escola Superior de Administração Fazendária), do Ministério da Fazenda.

    Ao todo, foram entrevistadas 2.016 pessoas em 336 municípios do país em uma pesquisa de percepção dos tributos. Um dos fatores curiosos é que apenas 69% dos entrevistados declararam pagar algum tipo de imposto. Entretanto, quando foram lembrados pelo entrevistador de alguns nomes de tributos específicos, o número subiu para 84,9%.
    De acordo com o estudo, o imposto mais lembrado, por 47,2% dos entrevistados, foi o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana). Em seguida, aparece o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), com 25,4%, e o IR (Imposto de Renda), com 25,3%.
    A pesquisa divulgada ontem coincide com a marca de mais de R$ 1 trilhão atingida pelo impostômetro nesta semana. Esperase que até o final do ano o governo arrecade R$ 1,2 trilhão em impostos.
    Em estudo separado do IBPT (Instituto Brasileiro do Planejamento Tributário), que mostra a arrecadação de impostos por região, os moradores do Distrito Federal apareceram como os maiores pagadores de impostos do Brasil. Por ano, o habitante do DF paga em média R$ 20.386,20.

    Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina aparecem em seguida. Nestes estados, a arrecadação "per capita" é de R$ 9.478,56; R$ 9.309,18; e R$ 5.703,44, respectivamente.

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    Curto prazo: só reforma tributária seria viável #CPMFNAO

    Desde o início do atual governo a reforma tributária seria uma das prioridades, mas não foi realizada",

    Curto prazo: só reforma tributária seria viável

    As reformas tributária, trabalhista e previdenciária são apontadas por especialistas como necessárias para fomentar investimentos no país e manter o crescimento da economia brasileira nos próximos anos. Apesar disso, conduzir as mudanças deverá ser um dos maiores desafios da presidente eleita, Dilma Rousseff, e dependerá de vontade política para serem realizadas.
    Entre as reformas que vêm sendo discutidas no país, apenas a tributária é considerada pelos especialistas viável em um primeiro momento do novo governo, sendo apontada em discursos da futura presidente como prioridade. Além disso, caso a economia continue crescendo, as mudanças na legislação trabalhista e previdenciária poderão ser postergadas.
    "Desde o início do atual governo a reforma tributária seria uma das prioridades, mas não foi realizada", afirmou o diretor do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Fernando Steinbruch. Segundo ele, o que foi feito nos últimos oito anos foram 13 emendas à Constituição, que foram consideradas minirreformas, que não tiveram impacto na redução da carga de tributos e impostos.
    De acordo com Steinbruch, a demanda da sociedade em relação à reforma seria a queda da carga tributária sobre as empresas e pessoas físicas. Segundo ele, as estimativas apontam que a carga de impostos deverá responder por aproximadamente 35,57% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2010. No ano passado ficou em 34,89% do PIB.
    Questionado sobre o discurso de Dilma Rousseff em que aponta a reforma como prioridade, Steinbruch afirmou que ainda dependerá do enfoque que será dado pelo novo governo. "Os governos estaduais e municipais, por exemplo, querem a reforma somente para uma melhor divisão da arrecadação, enquanto as empresas e a sociedade buscam a desoneração", disse.
    A atual legislação tributária no Brasil é apontada como um dos gargalos para um crescimento mais pujante da economia brasileira. De acordo com o advogado tributarista João Sabino Neto, as empresas vêm sendo oneradas e necessitam manter grandes estruturas para tratar do emaranhado tributário.
    Ele lembrou que a legislação vem prejudicando até mesmo o Judiciário nacional, que vem sendo sobrecarregado por milhares de questionamentos em relação à interpretação das leis.
    Guerra fiscal - Além da desoneração, a reforma tributária poderia acabar com a guerra fiscal entre os estados. Projeto à espera de votação no Congresso prevê a criação de um tributo estadual único (IVA-F) que substituiria o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).
    De acordo com o professor de Economia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) Ário de Andrade, a mudança deverá ser a mais "fácil" entre as reformas necessárias no país, principalmente no sentido de reduzir a carga de tributos. "O governo terá maior facilidade para conseguir aliados em um processo como este", afirmou.
    Conforme Andrade, a redução da carga de impostos será importante para manter o crescimento da economia. Ele explicou que é preciso desonerar o custo de capital no país, pois desta forma haverá fomento aos investimentos por parte do setor privado.
    Por outro lado, o professor afirmou que as reformas trabalhista e previdenciária poderão não ser levadas adiante. "Haverá dificuldade para conseguir aliados, além disso o governo teria que mexer no bolso do funcionalismo público e da massa de assalariados", disse. Ainda de acordo com Andrade, caso o PIB mantenha um crescimento de aproximadamente 5% entre 2011 e 2014, a presidente terá uma "carta na manga" para não tocar nesses assuntos polêmicos.
    Ele lembrou que a reforma previdenciária está entre as medidas que poderão permitir a redução dos gastos públicos, apontada como uma das maiores necessidades no Brasil atualmente em virtude da sobrevalorização do real, o que está impactando os exportadores nacionais. "Mas não deverá haver mudanças imediatas", disse.
    Segundo Andrade, entre os pontos a favor do novo governo que poderão impedir a reforma na previdência está o fato de que, atualmente, o número de pessoas formalizadas ultrapassou o de beneficiários do sistema. Além disso, para reduzir os gastos públicos o governo federal também poderá ajustar outras despesas.
    Já a reforma trabalhista não deverá ocorrer, na opinião do presidente do Conselho de Relações Trabalhistas da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Osmani Teixeira de Abreu. "É necessária, mas não deverá sair do papel, pois é uma continuação do governo Lula, que não realizou a reforma", ressaltou. De acordo com ele, a atual legislação onera as empresas e há uma elevada burocracia no país.
    Entre os exemplos citados por Abreu está o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). No momento da demissão do trabalhador o empresário paga uma alíquota de 50%, sendo 40% para o trabalhador e 10% para o governo. Ele explicou que o montante direcionado aos cofres públicos foi criado no governo Fernando Henrique Cardoso visando amenizar o rombo deixado pelo Plano Collor. "Mas o objetivo foi alcançado e os contribuintes continuam a recolher o percentual", disse.

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    Mobilização #CPMFNAO Mais Fotos Rio de Janeiro 20.11.2010


     
                                                          O povo não quer.....
       Um dia ia começar, o povo tem que ir para as ruas mostrar a cara, e dizer não, a quem acha que voto é um chegue em branco. Voto é para se eleger representantes, então nossos representantes tem que fazer aquilo que queremos. Ir para as ruas não quer dizer que vamos fazer baderna, quer dizer que estamos descontentes com que os nossos representantes estão fazendo.
       No dia 20 em várias cidades do Brasil o povo foi as ruas pedir que não se crie novos impostos, ou que se traga a CPMF de volta. Não recebi ainda fotos ou dados do que aconteceu nas outras cidades, mas posso contar o que houve no Rio. Leia mais...

    Trecho da matéria da Revista Amigos da Web,sairá segunda feira 22.11.2010  
                                                              


                                     Mobilização  CPMF NÃO!  Rio de Janeiro 20.11.2010
                                                      Grupo de Mobilização





      As 10:20 eles chegaram, os identifiquei pela camisa do movimento contra a volta da CPMF. 10:25 chega o carro de som e com ele a polícia, o movimento foi organizado por pessoas de São Paulo que desconheciam o tal choque de ordem que acontece aqui no Rio. Era preciso ter pedido autorização para poderemos sair em passeata, mandou-se o carro de som embora e ficamos ali colhendo assinaturas para poder levá-las a Brasília e mostrar que o povo não quer mais  impostos.
    Apesar de ser normal a presença do helicóptero, ele não se limitou a passar sobre a faixa de areia, vinha sempre em nossa direção.(Leia mais..)


      
    Para ler matéria completa,sairá desta segundafeira22.11,2010 acesse:
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