O Globo - 09/01/2011
Ao fim da primeira semana do novo governo, o Ministério do Turismo voltou a ser motivo de constrangimentos para a presidente Dilma Rousseff. Depois do titular da pasta, o deputado peemedebista Pedro Novais, ter sido acusado de usar verba indenizatória da Câmara para pagar uma conta de R$ 2.156 num motel em São Luís (MA), o alvo de denúncias agora é o secretário-executivo do ministério, Frederico Silva da Costa.
De acordo com reportagem da revista "Época" desta semana, Costa, o segundo na hierarquia do ministério, teria beneficiado o Rio Quente Resorts, em Goiás, que pertente à sua família, com verbas do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) e do Fundo Geral do Turismo (Fungetur), durante o período em que esteve à frente da Secretaria de Infraestrutura Turística do ministério.
Além disso, desde fevereiro passado, Costa tem seus bens bloqueados pela Justiça Federal de Tocantins, acusado de desvio de recursos da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Apontado pela "Época" como o responsável pelo deslocamento de Costa da Secretaria de Infraestrutura Turística para a secretaria executiva do Ministério do Turismo, já no governo Dilma, o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), disse que ignorava até este sábado as denúncias.
Surpreso, ele lembrou que Costa é um dos funcionários mais antigos da pasta, e foi o braço-direito de praticamente todos os ministros que passaram por lá, inclusive do antecessor de Pedro Novais, o petista Luiz Eduardo Barretto.
- Ele (Costa) sempre foi a pessoa mais importante do Ministério do Turismo, já que comandava a Secretaria de Infraestrutura Turística. Disseram-me que ele era uma unanimidade na pasta, que cuidava de tudo e era muito querido. Como havia uma briga no PMDB pela ocupação de sua vaga, o ministro resolveu chamá-lo para ser secretário-executivo. Sinceramente, eu não vi as denúncias - disse o líder peemedebista, acrescentando que telefonaria a Pedro Novais para obter mais detalhes sobre a situação de Costa.
Como coordenador do Prodetur, Costa teria autorizado a liberação de um financiamento de R$ 13 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a construção de uma rodovia em Goiás, a GO-507. A nova estrada reduziu em cerca de 30 quilômetros o percurso para turistas das regiões Sul e Sudeste que visitam a região de Rio Quente, onde a família do secretário-executivo do ministério mantém o resort, atualmente dirigido por seu irmão, Francisco da Costa Neto.
Acesse o link:
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário