domingo, 17 de outubro de 2010

Outro desabafo de um Brasileiro Manuel Carlos Cardoso


A coerência de Dilma

Manuel Carlos

Correio Popular

Terminado o primeiro turno das eleições, comentando a participação de Lula, a candidata Dilma afirmou que com ele não se pode falar de dose, porque ele não é remédio, é solução. Leonel Brizola concordava com ela apenas parcialmente, pois, segundo ele, com Lula não se pode falar de dose, mas por outra razão.
Dilma também sustentou que terá o apoio de Marina, por uma questão de coerência. Marina foi do PT e ministra do governo Lula, disse ela. Esse raciocínio não tem nenhuma lógica, porque Marina deixou o PT e o governo, exatamente por discordar do comportamento de ambos.
A cria de Lula tem demonstrado ao longo de sua vida que não sabe o que é ser autêntica ou sincera nas três relações: pensar, sentir e agir. Deve ser como Oscar Wilde, para quem a coerência é a virtude dos imbecis.

Na sua juventude, participou da luta armada, tentando implantar no País o comunismo, mas agora diz que aquilo foi arroubo da juventude. Carlos Minc diz que sua participação foi insignificante e deve ter sido mesmo, pois puxou apenas dois anos de cana e agora está pretendendo ser indenizada por três estados da Federação.
Na década de 80, foi secretária da Fazenda no Rio Grande do Sul, e Políbio Braga, que a sucedeu, disse que encontrou um verdadeiro caos na secretaria. Foi também diretora-geral da Câmara Municipal de Porto Alegre, mas foi demitida, segundo o presidente, em razão de um problema com o relógio de ponto.
Para completar seu belo currículo, disse ser mestra e doutora pela Unicamp, mas, descoberta a falsidade da informação, culpou sua assessoria.
Enquanto ministra da Casa Civil, declarou-se descrente em Deus e quis revogar a Lei da Anistia, implantar a censura, legalizar o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Agora candidata, ela é católica fervorosa, acha que a decisão do STF declarando a constitucionalidade da Lei de Anistia está correta, a imprensa livre é essencial para a democracia, a prática do aborto é crime hediondo e o casamento entre pessoas do mesmo sexo é coisa de argentino.
Falar na sucessão de escândalos acontecidos dentro da Casa Civil, como o dossiê sobre os gastos de FHC, o favorecimento a pessoas inidôneas por ocasião da venda da Varig e da Varig Log, e esse recente episódio grotesco de Erenice Guerra é coisa de fascistas, trazidas a público por pessoas que jogam sujo na política.
Jogar limpo na política é devassar a declaração de rendas de parentes do outro candidato perante a Receita Federal, com uso de procurações falsas; é mentir descaradamente sobre o que sente, sobre o que pensa e sobre como agirá depois de eleita.
Neste País de analfabetos e de pessoas mais ou menos honestas, sua eleição pode ser dada como certa. Ela é, sem qualquer sombra de dúvida, a candidata ideal daqueles que não temem a Deus, não respeitam o próximo e acham a família uma instituição falida e desnecessária. Pobre Brasil!
Manuel Carlos Cardoso é advogado e professor - cardoso@rac.com.br

Acesse o link: A coerência de Dilma
Fonte: http://cpopular.cosmo.uol.com.br/

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